Maternidade: quando nasce um bebê também nasce uma mãe?
O período pós parto, também conhecido como Puerpério, resguardo ou quarentena, trata-se de um intervalo de tempo que é iniciado a partir da supressão da placenta e termina quando o corpo da mulher consegue retornar ao estado anterior à gestação, durando em torno de 40 dias, seis ou mais semanas.
Nessa temporada as mulheres passam por inúmeras alterações hormonais, especialistas apontam que é um pouco similar há uma tensão pré-menstrual, a famosa TPM, mas muito mais intensa, com os agravantes que a chegada de um bebê gera no ambiente, como dificuldades para dormir e o medo de não ser suficiente para a criança.
Há quem diga a famosa frase presente no título, mas na prática a realidade é bem diferente, muitas mães não sentem o amor pelos filhos logo de primeira, é muito comum que essas mulheres tenham dificuldades para reconhecer e lidar com o misto de sentimentos que estão sentindo.
Um ponto crucial para abordar esse assunto é que a saúde mental na maternidade deve ser pauta da família, para que com esforços essa mulher possa passar pelo Puerpério da melhor maneira possível e impedir que posteriormente essa mulher desenvolva um quadro de depressão pós parto.
Apesar de ser um processo natural, o Puerpério pode ser sinônimo de muita dor para as mulheres. E, é comum que durante o resguardo as mulheres passem pelo famoso “baby blues” que são os primeiros indícios de depressão pós parto. Caso esse seja o seu caso ou o da sua companheira, busque ajuda de um especialista. Nesse momento, tanto os bebês quanto as mamães necessitam de cuidados especiais, apoio familiar e social.
A participação ativa e amigável dos familiares pode representar um importante auxílio para a recuperação dessas mães. A rede de apoio se faz ainda mais necessária nessa etapa, seja para preparar um almoço, para cuidar do bebê para que a mãe tome um banho ou para dar ouvidos às suas queixas.
Cabe ressaltar que esse não é o momento para comparações. Se você faz parte da rede de apoio de uma mulher que está passando por essa fase, que talvez seja a pior da vida dela, evite compará-la com outras mulheres que, supostamente, tiveram uma melhor performance. O mais importante nesse momento é buscar compreendê-la, por mais que ela tão pouco se entenda e, buscar promover os cuidados necessários.
Outra questão importante é que muitas vezes a mulher coloca-se em uma posição com muitas cobranças, tentando exaustivamente alcançar o modelo de “mãe ideal” na maternidade, para essas mulheres é importante lembrá-las do velho ditado que diz que “a grama do vizinho sempre é mais verde”. Ou seja, respeite suas limitações físicas e mentais. Lembre-se que ser mãe não é a sua identidade e que o amor pelo seu filho é algo que aumentará com o passar dos dias, está tudo bem não sentir o maior amor do mundo agora.
Esse é o momento em que essas mulheres mais necessitam dos cuidados, apoio e amor de seus companheiros, familiares e amigos.