O sono das crianças mudou durante a quarentena?

O sono das crianças mudou durante a quarentena? Ou continua igual?

Só quem teve a oportunidade de fazer home office com os pequenos em casa sabe a loucura da maternidade na quarentena. As crianças têm energia de sobra, querem brincar, pular, ver Tv, mexer no computador dos pais enquanto eles trabalham…

É ou não é, pessoal? 

Mas essa situação também influencia no sono das crianças! Primeiro, vamos relembrar como funciona o ciclo do sono.

Para poder (sobre)viver, precisamos dormir. Para crianças mais velhas que já possuem o sono mais parecido com o de um adulto, o ritmo circadiano é essencial para a hora de dormir. Ritmo circadiano, ou ciclo circadiano, se refere ao período de 24 horas na qual nosso ciclo biológico se baseia.

Ou seja, o ritmo circadiano induz o organismo a entender que durante o dia ele deve se manter desperto para as atividades, e durante a noite é hora de diminuir o ritmo e dormir. Este ciclo é influenciado por vários fatores como luz do dia, refeições, exercícios e até mesmo a temperatura.

Além disso, a exposição à luz do sol influencia o organismo na liberação de melatonina, um hormônio que desempenha um papel muito importante na indução do sono! Ou seja, quanto mais a exposição à luz durante o dia, maior o nível de melatonina no organismo durante a noite. Outros fatores como baixos níveis de atividade durante o dia, ansiedade e estresse também afetam negativamente o sono e sua qualidade.

Sabendo disso, podemos fazer algumas conclusões: durante este período de confinamento durante a pandemia, a exposição das crianças à luz do sol foi drasticamente reduzida, influenciando na liberação da melatonina. Durante o dia as atividades também diminuíram, afinal sair para brincar até mesmo no parquinho pode representar riscos a saúde, e dentro de casa, por mais que os pais sejam criativos e usem e abusem de ideias para entreter os pequenos, é inevitável que eles se tornam mais inativos.

O tempo diante das telas também aumentou! Muitos pais em home office precisam focar no trabalho, em cuidar da casa e dos pequenos, e a TV, vídeo game, celular ou tablet acabam sendo uma saída para distrair as crianças por algumas horinhas.

Consequentemente, toda essa nova rotina acaba influenciando o sono das crianças! Seja fazendo com que eles sintam sono mais tarde, ou queiram dormir durante o dia e ficar ativos de noite, dormindo por poucas horas ou ainda tendo uma qualidade ruim de sono.

Não é fácil, e não é culpa dos pais! A situação em si é atípica, algo que ninguém estava esperando ou se preparando. O que eu e tantos outros pediatras recomendam neste momento delicado é: O sono das crianças também deve ser uma prioridade para as famílias nesse período!

Para fazer do sono de seus filhos uma prioridade nesse momento que vivemos, veja o que é possível fazer:

  • Mantenha horários regulares de sono seguindo a rotina anterior à pandemia.
  • Invista na higiene do sono antes de dormir! Pode ser iniciada desde a hora do banho até a hora de deitar para ajudar o corpo e a mente a relaxarem e se prepararem para descansar.
  • Evite ao máximo dispositivos tecnológicos após o jantar ou próximo a hora de dormir. Isso ajuda o organismo a ir diminuindo a velocidade para a hora de dormir.
  • Procure manter os pequenos ativos durante o dia com vários tipos de atividades, e não somente em frente à TV ou “trancados” no quarto. Já fiz um post sobre isso, confira clicando AQUI para descobrir algumas dessas atividades que podem ser feitas em casa!
  • Se sua casa possui varanda ou quintal, incentive a criança a brincar diante da luz de manhã ou durante a tarde.
  • Converse com seus filhos sobre o que está acontecendo para ajudar a diminuir a ansiedade e estresse da situação.

E aí, O sono das crianças mudou durante a quarentena?

Ainda temos tanto a falar sobre o sono dos bebês e das crianças! Vem conferir alguns vídeos que já fiz sobre isso lá no canal do youtube da PEDIATRIA DESCOMPLICADA COM DRA. KELLY!

 SONO SEGURO: https://bit.ly/3iKBq3K

RITMO DE SONO: https://bit.ly/2Yy1dTJ 

REGRESSÃO DO SONO: https://bit.ly/37gY5iG

Dra Kelly Marques Oliveira | CRM 145039

Curiosidades sobre o desejo das gestantes

Curiosidades sobre o desejo das gestantes

Em 2014, o jornal The New York Times publicou uma reportagem chamada “O que as gestantes querem?” em que analisaram as perguntas mais frequentes feitas pelas grávidas ao redor do mundo. A conclusão, no mínimo curiosa, demonstra que as prioridades femininas
pesquisadas na internet diferem de acordo com cada cultura, mas, os desejos maternos são muito similares. De forma geral, seja qual for o tópico digitado, sempre estava correlacionado com segurança para o bebê.

A maior busca nas redes é referente a o que comer e beber durante a gestação, se há restrições alimentares ou buscando se algo específico traz risco à gravidez. Mas também foi possível encontrar pesquisas sobre medicamentos, atividades físicas e sintomas mais comuns.
Alguns relatos chamaram a atenção, como por exemplo, o grande número de gestantes que sonharam que estavam grávidas e o número de buscas pela pergunta “gestante pode tomar água gelada?”. Em alguns países, como a Nigéria, acreditava-se que beber água gelada poderia
causar pneumonia ao feto – apenas um mito, ok? E afinal, qual são os maiores desejos maternos de forma global?

Sorvete > Sal > Doces > Frutas > Comidas apimentadas

Assuntos mais pesquisados na internet de acordo com os países:
• Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália: Como prevenir estrias e como perder peso
• Mexicanas: Gestante pode usar salto alto?
• Brasileiras: Posso tingir o cabelo? Posso andar de bicicleta e de avião?
• África do Sul: Como parar de vomitar? Posso fazer sexo?
• Índia, Nigéria: Posso fazer sexo? Como perder peso?

Com a pandemia, é natural que o tema COVID-19 tenha entrado nos assuntos mais buscados. No Brasil, os itens com maior pesquisa são as complicações causadas pelo vírus, bem como os riscos da gestante infectada, e em primeiro lugar, informações sobre a vacinação durante a gravidez.

E aí, gostou de ver algumas curiosidades sobre o desejo das gestantes?

Dra Stephani Ruschi

Introdução alimentar, vamos aprender?

Introdução alimentar, vamos aprender?

Alguém já se deparou com a questão: volta ao trabalho, aleitamento materno exclusivo, introdução alimentar?  Pois é….imagino que sim, até me arrisco a dizer que seja uma das grandes angústias das mamães que vão voltar a trabalhar!

Antes de mais nada, sei que a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da saúde orientam que a introdução alimentar seja feita aos 6 meses, então a dúvida surge, mas  conciliar isso com um bebê que mama no peito e a licença maternidade é de 4 meses? A muito custo conseguimos, com férias, 5 meses não é mesmo?

Pois bem, muitas vezes nessa situação é preciso lançar mão de algumas ferramentas para que a mãe possa oferecer leite materno ao bebê nesse período, evitando o uso de bicos artificiais como a mamadeira, pois pode ocorrer o desmame precoce com isso.

Doutora, não consigo ordenhar e estocar meu leite pois fico fora e trabalho o dia todo e quando estou em casa o bebê mama no peito, e não sobra tempo para ordenhar! Sei bem como isso é comum. Por isso esperar a introdução alimentar aos 6 meses pode não ser uma opção tão possível para essa mãe.

Para entender as alternativas de oferecer leite materno que não na mamadeira, veja esse post. Existem opções como o copinho ou a colher dosadora. Sabemos que leite materno ordenhado quando possível é sempre melhor que fórmula. Mas nem sempre a quantidade de leite materno ordenhada consegue suprir a demanda do bebê enquanto a mãe está longe, principalmente quando a mãe fica o dia inteiro fora… Não estou dizendo que as mães devem começar a introdução alimentar antes dos 6 meses sempre, mas considerar o contexto da família, a volta ao trabalho da mãe, o desenvolvimento do bebê…

Não existe uma “chavinha mágica”na qual o bebê com 6 meses está pronto, mas é em torno dessa idade! Ok? Vamos olhar mais a fundo…é muito mais complexo do que isso!

Veja algumas dicas que separei para vocês para essa fase tão importante!

Descobrindo os sabores

O primeiro contato do bebê com os sabores se dá ainda no útero, estudos mostram que grávidas que ingerem alimentos diversificados são mais propensas a dar à luz a bebês mais suscetíveis a experimentação alimentar. Dessa forma, a introdução de diferentes sabores começa ainda na barriga da mãe, passa pelo aleitamento materno e depois será algo muito mais intenso na introdução alimentar. Caso o bebê esteja em uso de fórmula infantil, a introdução deve acontecer da mesma forma. Na introdução alimentar, a criança estará provando novas texturas e sabores, e temos a oportunidade única de criar hábitos saudáveis para a criança, que serão levados para o resto da vida! O bebê é uma folha em branco, sem vícios, sem preferências no seu paladar, então lembre-se disso quando for introduzir um alimento novo! Não se baseie nos seus conceitos de doce, salgado azedo e amargo, deixe-o provar!

A introdução alimentar acontece uma vez na vida

Variedade para além da quantidade 

Essa dúvida é extremamente comum: quanto o bebê deve comer? O quanto é esperado? Na verdade essa pergunta não é tão importante quanto: o que devo oferecer ao meu bebê? Então pense que a variedade é mais importante que a quantidade! Além disso, pense em oferecer alimentos saudáveis e de qualidade ao seu bebê, com diferentes sabores. A quantidade é seu bebê que irá ditar o ritmo. É esperado que o bebê coma mesmo muito pouco, ou nada! Se ele pegar, sentir e provar os alimentos de início, mas não comer quase nada, é completamente normal e esperado.

Existe alguma regra de qual alimento iniciar?

Não, não existe regra! Ofereça alimentos naturais e saudáveis, orgânicos se possível, e não industrializados. Existe o que chamamos de grupos alimentares: legumes, tubérculos, raízes, leguminosas, folhas, carnes e ovos, frutas, cereais. Cada alimento deve ser oferecido de forma oportuna e de acordo com a orientação do pediatra e nutricionista. Na introdução alimentar, comece com um grupo alimentar por vez, e varie os alimentos dentro do mesmo grupo. Dessa forma a criança sempre terá contato com diferentes texturas e sabores! Uma dieta equilibrada e rica em nutrientes e sabores é essencial para o bebê.

Para começar, pense num alimento que seja de fácil digestão e de fácil manuseio para o bebê. Que tal começar por ele?

Dê o exemplo 

De nada adianta você querer que seu filho coma brócolis se você nem quer ver por perto. Ou odeia os “verdinhos”. A criança pode até comer esses alimentos no início, mas se você não der o exemplo, ela não conseguirá manter uma alimentação saudável ao longo dos anos. A criança aprende pelo exemplo, e isso muitas vezes significa REcomeçar o SEU  relacionamento com a comida, e uma REeducação alimentar de toda família. Bora começar?

Regra da perseverança

Você deu um determinado alimento ao seu bebê e ele cuspiu? Calma, sem desespero. É natural que o bebê jogue para fora o alimento, quando ele faz isso está imitando o movimento da sucção utilizado na mamada até então. Esse reflexo chama-se reflexo de protrusão da língua. Além disso, estudos mostram que pode ser oferecidos ao bebê 8 a 10 vezes o mesmo alimento até que ele o aceite de fato. Isso não significa que você precisa oferecer o mesmo todos os dias, tente variar para não ficar monótono, afinal ninguém gosta de comer a mesma comida todos os dias!

Caso o bebê rejeite sempre o mesmo alimento, tente fazê-lo de diferentes formas e apresentações: ralado, cozido, assado. Pense nas diferentes formas que uma batata, por exemplo, pode ser feita.

Coma comida de verdade, e comece por você! 

Nunca, jamais, force! 

Frases como,  “Só ganha sobremesa se raspar o prato ou Se não comer tudo não sai da mesa!” o faz lembrar algo? Acredito que já ouvimos muito isso em nossa própria infância, e temos a tendência de reproduzir, ainda que forma inconsciente, nossas vivências, sejam elas boas ou ruins.

Lembre-se que na introdução alimentar a criança está construindo a sua relação com a comida, que será algo importantíssimo no futuro! Quando forçamos o alimentos, criamos algo negativo, e a criança pode criar traumas com o alimento e isso virar uma bola de neve, com dificuldade e seletividade alimentar futuras. Sei o quanto isso causa angústia na família toda, mas acredite, você não está só. É importante procurar ajuda se isso se prolongar para além de um ano de idade.

Consistência dos alimentos

Quem já ouviu falar do método BLW ? Esse método consiste em corta as frutas em vários pedaços e deixá-las à disposição da criança.
Sabemos que esse método divide opiniões, mas então porque não mesclar consistências? Um pouco cortado e um pouco amassado? Fazer com que o seu bebê experimente a diversidade de consistência que o alimento pode ter em muito pode enriquecer a percepção dele sobre o alimento em si.

O BLW pode ser tentado a partir do momento que o bebê já tem os aspectos de prontidão,  como sentar sozinho ou com algum apoio consegue ficar sentado, leva as coisas à boca, esta pronto e disposto a mastigar, desenvolveu o movimento da pinça, etc.
Acredite, o bebê, só vai comer quando realmente estiver pronto pra isso. Não adianta apressar.

Gostaria de saber um pouco mais sobre o BLW? Leia aqui.

Hum…vai um docinho? 

Doce é uma delícia não é mesmo? O nosso querido brigadeiro está aí para comprovar…Cedo ou tarde a criança será apresentada aos doces, as festinhas de aniversário estão aí para nos lembrar.
No entanto, você não precisa incentivar ou acelerar esse encontro, até os dois anos de vida do seu bebê o doce deve vir apenas das frutas!
Após os 2 anos, se a presença do açúcar for algo que irá acontecer, que tal fazer escolhas inteligentes, e usar o mel, açúcar mascavo e frutas secas para adoçar?

Lembre-se: O bebê não sente falta daquilo que não conhece! Açúcar não é sinônimo de afeto! 

Os 2 primeiros anos de vida da criança são muito importantes para a formação do paladar dela, na qual impactará para o resto de sua vida. Além disso, existe a programação metabólica que ocorre na gestação e ainda nessa fase da vida, e se introduzirmos uma alimentação saudável, isso contribuirá para a prevenção de inúmeras doenças!

Use os temperos a seu favor 

O sal faz parte da nossa alimentação, e sentimos falta quando ingerimos alimentos sem sal, mas as crianças não! Novamente: a criança não sente falta daquilo que não conhece!
A recomendação OMS (Organização Mundial da Saúde) é de dois gramas de sal por dia para crianças maiores de 2 anos, o que equivale a uma colher de chá, e também se trata de uma recomendação para adultos. Antes de um ano a recomendação é não utilizar sal no preparo do alimento, podendo ser usado outros temperos como: salsinha, cebolinha, hortelã e cebola, alho, alecrim…enfim, utilize sua criatividade! Comida de bebê não precisa ser sem gosto nem sem graça!

Atenção aos industrializados

Uma coisa é fato, as comidas industrializadas são práticas e as crianças adoram, pois tem ingredientes artificiais como realçadores de sabor, conservantes, estabilizantes ou mesmo muito açúcar. Porém, não se engane, elas trazem junto consigo muitos malefícios, pois esses mesmos ingredientes aumentam o risco de inúmeras doenças, como obesidade, diabetes, colesterol alto, hipertensão…
Para evitá-las EVITE  ao máximo os industrializados! Coma comida de verdade, e comece por você!

Foram tantas dicas não é? Espero que tenha ajudado!

Com carinho,

Dra. Kelly Marques Oliveira | CRM 145039

Como funciona o sono do bebê? Entenda

Como funciona o sono do bebê? Entenda

O sono do bebê é, certamente, o tema que mais gera frustrações nas mães e pais, afinal costuma ser bem irregular, principalmente nos primeiros meses de vida.

São noites sem dormir, despertares noturnos toda hora, cochilos de tarde em horários inesperados, o bebê acordando muito cedo… São queixas recorrentes aqui no meu consultório de mães que sonham com a solução de todos os problemas relacionados ao sono.

O que elas realmente querem é que o BEBÊ DURMA A NOITE TODA. Mas será que isso é possível?

Primeiro, você precisa saber que o sono do bebê é completamente diferente do sono de um adulto. Principalmente o sono do recém-nascido!

É totalmente comum (e esperado) que bebês recém-nascidos durmam mais durante o dia e despertem na madrugada para mamar. Isto porque o ciclo de sono deles ainda é desorganizado e amadurece conforme o desenvolvimento e as rotinas de higiene de sono. Além disso, como seu estômago comporta uma pequena quantidade de leite, é normal que ele sinta fome mais vezes.

Conforme o bebê cresce, seu ciclo de sono também amadurece e começa a se assemelhar mais com o ciclo circadiano dos adultos, porém durante todo o processo de desenvolvimento existem fatores que podem “bagunçar” a rotina pré-estabelecida de sono, como a alimentação, saltos de desenvolvimento e picos de crescimento e até a rotina da família.

Por isso é tão importante começar a criar hábitos de sono desde cedo! Aos três meses de vida é a fase ideal para começar a apostar na higiene do sono.

Hoje separei também algumas verdades importantes que podem te ajudar a descomplicar o sono do bebê!

  1. É melhor evitar que o bebê durma com a barriga cheia logo após mamar ou comer
  2. Criar uma rotina de sono é essencial
  3. Muito sono de dia pode influenciar no sono noturno
  4. Não é necessário acordar o bebê de madrugada para mamar, a menos que ele apresente atraso no crescimento e ganho de peso
  5. É possível SIM desassociar o colo e o sono
  6. A cama compartilhada é possível desde que feita com segurança
  7. White noise, ou ruído branco, ajuda o bebê a se acalmar para dormir
  8. Crianças que não dormem o suficiente podem ter problemas de desenvolvimento e crescimento
  9. Organizar o ambiente e deixá-lo confortável e acolhedor pode ajudar na hora de dormir do bebê
  10. Massagem shantala e banho de ofurô são excelentes opções para encaixar na higiene do sono

E aí, gostou de saber como funciona o sono do bebê? Comenta aqui em baixo o que achou (:

Dra Kelly Marques Oliveira | CRM 145039

Autismo – O que é e como identificar os primeiros sinais

Autismo – O que é e como identificar os primeiros sinais

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do desenvolvimento; isso significa que as alterações apresentadas nas conexões cerebrais ocorreram no período de desenvolvimento do cérebro do bebê ainda no útero, a partir de questões genéticas e ambientais. Por essa razão, os sinais e sintomas surgem já nos primeiros anos de vida e incluem: dificuldade de linguagem e comunicação social, associado a padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.

Os estudos mais recentes falam sobre uma prevalência do Autismo de 1% das crianças e adolescentes no período escolar (seriam aproximadamente 2 milhões de casos no Brasil), com incidência maior entre os meninos sendo 4 meninos para cada 1 menina. O diagnóstico é clínico, isso significa que exames adicionais não são necessários (a não ser que exista uma outra condição médica associada, necessitando maior investigação).

É muito importante que o diagnóstico seja feito de forma precoce, e mesmo se existirem dúvidas, o início do tratamento não deverá ser postergado. O tratamento, quando instituído ainda na primeira infância, apresenta melhores resultados porque aproveita a capacidade do cérebro de criar novas conexões, pois estas são mais intensas nos primeiros anos da vida.

Como as dificuldades na área da linguagem e comunicação são observadas:

Elas estarão presentes em vários contextos: dificuldade em fixar o olhar, dificuldade em manter relações de troca (por ex.: compartilhar brinquedos, mostrar, se interessar pela participação de uma outra pessoa na brincadeira); preferência por atividades solitárias (isso muitas vezes é trazido pela escola); dificuldade em iniciar uma interação social, usar os outros como instrumento para ter o que deseja, ter preferência por crianças mais velhas ou mais novas, não olhar quando chamado pelo nome, dificuldade para entender o sentimento do outro.

Atraso para falar, dificuldade em manter diálogos, perceber o que é apropriado falar em cada situação, perceber o interesse de outras pessoas na conversa, falar utilizando palavras muito rebuscadas (como um professor).

Como os comportamentos e interesses repetidos/restritivos se manifestam?

Movimentos repetitivos com as mãos, movimentos repetitivos com o corpo (girar, balançar), enfileirar brinquedos ou objetos, interesse aumentado em ver objetos girando (ventilador, máquina de lavar), dificuldade com mudanças na rotina, apego a rituais, interesse elevado e
desproporcional em uma coisa específica (ex.: letras, números, dinossauros).

Outras dificuldades que podem estar presentes:

Seletividade alimentar, insônia, dificuldade de aprendizado, problemas gastrointestinais (constipação crônica, diarreia, dor abdominal), déficits na integração sensorial (intolerância à sons altos, certos tipos de texturas, toque, corte de unhas e cabelos etc.).

Se esses sinais e sintomas forem observados é fundamental buscar avaliação médica! O desenvolvimento da criança deve ser acompanhado de perto, tanto pelos pais e familiares, quanto por profissionais que dão assistência a ela (pediatras, enfermeiros, professores). Hoje é estipulado que todos os pediatras realizem rastreios para essa condição, testes de triagem podem ser aplicados a partir dos 16 meses de vida.

E aí mamãe, gostou do artigo de hoje? Aproveita e confere o nosso post: 6 formas de incentivar o consumo de frutas

Dra. Ana Carolina Macedo | Neurologista Infantil

Perturbação na amamentação

Perturbação na amamentação

Algumas mulheres apresentam sentimento de raiva, agitação, irritabilidade, aversão, com necessidade de retirar o bebê do peito durante a amamentação.

A perturbação da amamentação pode acontecer com mães que amamentam grávidas ou em tandem (amamentação de dois filhos ou mais com idades diferentes), mas também pode ocorrer na ausência dessas condições.

Outras sensações relatadas foram irritações na pele, como coceira ou formigamento.

Os sentimentos negativos são desencadeados pela amamentação e o motivo pelo qual isso acontece não é conhecido. Condições relacionadas a estresse, dor mamilar, como pega incorreta ou frênulo lingual, ou mudanças hormonais, como o período menstrual, podem estar relacionadas ao aparecimento dos sintomas. A gravidez é um período de grandes mudanças hormonais e físicas, sendo um momento onde os mamilos também estão mais sensíveis.

Muitas mães não conhecem essa condição e passam por isso com sentimento de culpa e vergonha. Experimentam a angústia porque querem amamentar, mas têm a sensação conflitante de raiva e querer retirar o bebê e colocá-lo longe.

A amamentação possui inúmeros benefícios e é fundamental para a nutrição do bebê, mas é frequentemente romantizada e muitas mães e profissionais da saúde não sabem lidar quando esses sentimentos de aversão e agitação ocorrem. Essa condição deve ser conhecida para que haja suporte e abertura às mães que passam por isso.

A perturbação da amamentação tem gravidade, início e duração variada. Algumas mulheres relatam a sensação mais à noite ou quando estão muito cansadas, outras associaram ao retorno da menstruação, à ovulação ou ao ciclo menstrual mensal e há aquelas que experimentam em todas as mamadas.

Mesmo aquelas que tem o sentimento muito intenso podem ter uma relação prazerosa com a amamentação quando os sintomas são intermitentes.

É necessário que essa condição seja conhecida e desmistificada, para que as mulheres se sintam acolhidas e possam buscar meios para passar por isso com empoderamento e apoio.

Dra Kelly Marques Oliveira | CRM 145039

Insônia na infância

Insônia na infância

Dormir é um aspecto fundamental da vida – tem função de restauração, conservação de energia e proteção.

Na infância é ainda mais importante e crítico para o desenvolvimento do cérebro. A privação do sono pode determinar grande prejuízo físico, psicológico e cognitivo, com impacto em funções cerebrais como memória, capacidade de manter a atenção, regulação do
humor e do comportamento.

Essa é uma questão médica bastante comum, estima-se que entre 20% e 30% das crianças apresentem, até a adolescência, alguma alteração do sono. As principais queixas relacionadas são: dificuldade em iniciar e manter o sono, múltiplos
despertares à noite, sono não restaurativo, movimentos/comportamentos anormais, fadiga ou sonolência diurna.

A insônia é o principal distúrbio de sono na infância, com diferentes causas a depender da faixa etária.

  •  Até os dois anos as principais causas de insônia são: associações inadequadas para o
    início do sono, alterações gastrointestinais (refluxo, alergias alimentares, cólicas),
    ingestão excessiva de líquidos e doenças infecciosas agudas;
  • Dos dois aos três anos: associações inadequadas para o início do sono, medo ou
    ansiedade de separação dos pais, cochilos com duração e horários inapropriados e
    doenças infecciosas agudas.
  • Na idade pré-escolar e escolar: Falta de estabelecimento de limites, medo ou pesadelos,
    infecções e doenças crônicas.

Dormir bem depende de muitos fatores e o ambiente exerce grande influência nesse processo. Quando questões ambientais estão desajustadas e a criança não construiu boas associações (p. ex., só adormece assistindo televisão, no colo da mãe ou no balanço do carro) dificuldades para o adormecer podem surgir e, em situações mais sérias, causar um distúrbio do sono conhecido como Insônia  Comportamental da Infância.

A insônia é uma condição de saúde caracterizada por dificuldade em adormecer e/ou múltiplos despertares à noite, que acontecem com frequência de 3 vezes por semana por um período superior a 3 meses. Para o diagnóstico, é necessário haver consequências diurnas; como
sonolência ou fadiga, alterações do desempenho escolar, da capacidade intelectual, alterações do humor ou do comportamento.

A insônia comportamental, a mais comum na infância, é dividida em dois tipos: Insônia por falta de limites e insônia por associações inadequadas. A primeira situação ocorre quando a criança apresenta resistência em ir para a cama no horário habitual do sono ou retornar à cama após um despertar na madrugada. O cuidador não sabe como lidar com os comportamentos; há pais que colocam pouco ou nenhum limite, por exemplo, deixam que a criança determine o horário de dormir ou que durma assistindo televisão, prolongando o tempo para início do sono e existem pais que estabelecem limites imprevisíveis e irregulares, enviando mensagens confusas
aos filhos.

No distúrbio por associações inadequadas ocorre a necessidade de intervenção do cuidador, como embalar ou amamentar a criança para que ela adormeça. Ao final de cada ciclo de sono, quando ocorre um despertar fisiológico, há a necessidade da repetição da intervenção para que
o sono seja retomado, o que ocasiona privação do sono, prejuízo na qualidade de vida e saúde da criança e dos pais. Em ambas as situações o tratamento principal será a terapia cognitivo comportamental, educação dos pais e retirada gradual dos estímulos indesejáveis.

Quando uma dificuldade com o sono é identificada, é fundamental que a família e a criança recebam apoio, informação e direcionamento. Avaliação médica é necessária sempre que as questões ambientais não justificarem a qualidade do sono ruim; nesses casos outras situações
de saúde deverão ser investigadas. Aprender a adormecer é uma habilidade que necessita de prática para o aprimoramento. Em
muitos casos corrigir as questões ambientais demandará tempo e persistência, por isso, estabelecer bons hábitos de sono já no início da vida é fundamental. Conhecer a fisiologia do sono, os padrões da criança e o ambiente são fatores que nos ajudam a construir boas relações
com o processo do adormecer.

Quais fatores ajudam a promover uma melhor qualidade do sono?

  • Manter uma dieta leve no período noturno e garantir que as necessidades nutricionais
    tenham sido atendidas na alimentação durante o dia;
  • Evitar ingestão de excesso de líquidos perto do adormecer;
  • Criar uma rotina regular e fixar um horário para dormir;
  • Observar as tendências individuais da criança. Se você a colocar na cama e ela demorar
    um longo período para conseguir adormecer, provavelmente o ciclo de sono acontece
    um pouco mais tarde;
  • Ter um ambiente adequado e que ajude no sono (escuro, temperatura agradável,
    objetos que forneçam à criança sensação de segurança, evitar excesso de brinquedos e
    outros estímulos no quarto);
  • Cuidar dos cochilos: evitar que eles sejam prolongados e ocorram perto da hora de
    dormir à noite;
  • Atividades físicas durante o dia;
  • Evitar excesso de estímulos: brincadeiras agitadas, televisão, celular e tablet.

Conta pra gente nos comentários o que achou, mamãe! Aproveita e vem conferir mais alguns posts sobre o sono dos pequenos

Dra. Ana Carolina Macedo | Neurologista Infantil

Receitinhas saudáveis e divertidas para os pequenos

Receitinhas saudáveis e divertidas para os pequenos

Os dias de calor são difíceis para os bebezinhos… É como diz aquela música: “o verão está chegando, pra praia desce geral”! Nessa temporada mais quente, é comum que os bebês fiquem desidratados devido a perda excessiva de água e sais minerais, normalmente causada por complicações gastrointestinais ou pela exposição exagerada ao sol ou ambientes abafados. Mas é possível evitar isso, viu, mamães e papais!

Nos bebês de até 6 meses de idade, os níveis de água no organismo são mantidos através da amamentação exclusiva segundo as recomendações da OMS. A partir do sexto mês (como tenho falado em outros posts por aqui e no blog), o pequeno pode começar a aventura de descobrir novos sabores e texturas, e isso inclui água!

Para te ajudar a manter seu bebezinho bem hidratado de forma divertida nesse clima mais quente, preparei abaixo algumas receitinhas que são a cara do verão! Já dá para se preparar para o mês que vem, não é?

Picolé de iogurte com frutas vermelhas

(recomendado para crianças maiores de 12 meses)

INGREDIENTES:

1 pote de iogurte NATURAL INTEGRAL

12 morangos/amoras/framboesas (escolha a frutinha de sua preferência!)

MODO DE PREPARO

Leve o iogurte e as frutas ao freezer e deixe lá até que estejam congelados. Tire, então, do freezer 4 ou 5 morangos (ou a fruta escolhida) e bata no liquidificador com o iogurte até que se forme um creme homogêneo. Corte o restante das frutas em pedacinhos e distribua por este creme. Coloque a mistura nas forminhas com o palito, leve ao freezer e pronto! Assim que estiver pronto, já pode servir para os pequenos saborearem.

Saladinha de frutas divertida

INGREDIENTES:

3 bananas
Meio mamão
3 maçãs
1 cacho de uva sem caroço
Meio abacaxi
3 laranjas seleta

MODO DE PREPARO:

Descasque e pique todas as frutas em pequenos cubos, exceto a laranja. Esprema as laranjas e faça um suco separadamente. Por último, misture todas as frutas e despeje o suco de laranja por cima. Coloque para gelar por algum tempo e pronto! Delicioso, nutritivo e geladinho.

Suco fantasia

(recomendado para crianças maiores de 12 meses)

INGREDIENTES:

200ml de água mineral
1 beterraba média crua e ralada
1 tangerina sem semente

MODO DE PREPARO:

Esprema a tangerina para retirar o suco e despeje o conteúdo no liquidificador. Em seguida misture a beterraba e bata os ingredientes no liquidificador até que fique homogêneo. Coe a mistura, coloque para gelar e sirva! Essa receita é rica em vitamina C, de ferro e de carboidrato.

Gostou das receitinhas saudáveis e divertidas para os pequenos? Já testou alguma delas? Conte para mim nos comentários!

Dra Kelly Marques Oliveira | 145039

Como o sono influencia o desenvolvimento?

Como o sono influencia o desenvolvimento?

PARA CRESCER, É PRECISO DORMIR!

Sono e desenvolvimento tem uma relação muito forte você sabia? Um bom sono é importantíssimo para o bom desenvolvimento do bebê! Mas, o sono do bebê é diferente do adulto! Se seu bebê não dorme, leia o Post pra entender melhor se isso de fato vai afetar o desenvolvimento do seu bebê ou não!

Falar que “quem não dorme, não cresce” é verdade, de certa forma, afinal o sono está diretamente ligado a liberação do hormônio do crescimento, a um melhor funcionamento do organismo, fortalecimento da imunidade, maior assimilação do que foi aprendido durante o dia entre outros benefícios.

“Mas meu bebê desperta tantas vezes, Dra! Esses despertares não influenciam nisso?”

O ciclo de sono de um bebê é diferente do de um adulto, é preciso ter isso em mente.

É totalmente comum (e esperado) que bebês recém-nascidos durmam mais durante o dia e despertem na madrugada. Isto porque o ciclo de sono deles ainda é desorganizado e amadurece conforme o desenvolvimento e as rotinas de higiene de sono.

Conforme o bebê cresce, seu ciclo de sono também amadurece e começa a se assemelhar mais com o ciclo circadiano dos adultos, porém durante todo o processo de desenvolvimento existem fatores que podem “bagunçar” a rotina pré-estabelecida de sono, como a alimentação, saltos de desenvolvimento e picos de crescimento e até a rotina da família. Além de doenças comuns da infância como gripes, resfriados e também o nascimento dos dentes. É tanta coisa mesmo né?

Mesmo com suas interrupções, o sono é essencial pois é durante a noite que o corpo do bebê ou da criança faz a maior liberação do GH, o hormônio responsável pelo crescimento e regulação do metabolismo. O pico de liberação ocorre no estágio de sono profundo, aproximadamente as 23h00 e as 02h00, ou seja, não apenas a qualidade do sono e a quantidade de horas influencia, mas também o horário que o pequeno vai dormir.

E o mais importante é que o pequeno durma o suficiente para descansar, repor suas energias e se desenvolver!

Isso significa que o bebê pode ter despertares e isso não necessariamente irá atrapalhar a liberação de hormônios. Claro que pode atrapalhar um pouco o nosso sono, mas para o bebê esses despertares muitas vezes não são percebidos.

Existe sim uma média de horas dormidas para cada idade, mas ela não é exatamente uma regra, e sim uma base:

📌Recém-nascidos (até 3 meses): entre 14 e 17 horas.
📌Bebês (entre 4 e 11 meses): entre 12 e 15 horas.
📌Bebês (entre 1 ano e 2 anos): entre 11 e 14 horas.
📌Crianças pequenas (3 – 5 anos): entre 10 e 13 horas.
📌Crianças (6 – 13 anos): entre 9 e 11 horas.

Por isso é tão importante começar desde cedo a criar uma rotina de sono desde cedo, visando melhorar a qualidade desse sono de seu filho.

E nessa rotina, é recomendado evitar tempo excessivo de exposição às telas! A luz emitida pelas telas dos dispositivos bloqueia a liberação da melatonina, o hormônio responsável por “avisar” ao corpo que está na hora de dormir. Isso afeta diretamente o relógio biológico e a percepção do cérebro do que é noite ou dia, prejudicando na qualidade do sono, e, no caso de crianças, afetando diretamente seu crescimento e desenvolvimento.

Agora que você já entendeu como o sono influencia no desenvolvimento, priorize sempre uma boa noite de sono para seu filho!

Dra Kelly Marques Oliveira | CRM 145039